Aproveitando a calma dos ventos matinais, lançamos o X8-02 com a camera de infra-vermelhos. Isto fora do canal de Setúbal com 40 m de profundidade, a 45 minutos de viagem de Sesimbra na Bacamarte. Os principais problemas dos controladores dos UAV's foram aparentemente resolvidos alterando a software no controlador de bordo para uma versão anterior considerada estável. Portanto, o voo do X8-02 não foi apenas para testar esta versão anterior do software, mas dado que estávamos a ficar sem tempo para testar a camera IV (que estava definida para voltar para a Noruega na noite de dia 14), combinamos múltiplos objectivos. Este voo, todo em controlo manual foi bem sucedido com o Ricardo Bencatel no controlo. Mais importante, a partir do navio, fomos capazes de distinguir uma superfície lisa que parecia indicar variação de temperatura na coluna de água. Mais ainda, imagens recolhidas pela camera IV indicaram filamento distintamente separado; oportunamente, para validar os dados foi enviado o AUV Xtreme 2 sob o controlo do T-REX para uma rápida análise de 200 x 200 m em io-io à volta de um ponto central. Mesmo quando começamos a ficar sem tempo na estação, o AUV e o T-REX comportaram-se bem e tanto o UAV como o AUV foram recuperados com sucesso, o último com horas de dados úteis. Dados de CTD simultâneos de um teste com Noptilus na mesma área que o Xtreme, foram também recolhidos. As análises de ambos mostraram um distinto pico na temperatura, relacionada com uma mudança na densidade. Acreditamos que isto esteja entre as primeiras oportunidades de utilização de um AUV e um UAV a operar na mesma área para identificar uma característica de interesse científico.
Por volta do meio da tarde, todos os veículos foram recuperados e a Bacamarte deslocou-se pelo canal de Setúbal acima. A meio do caminho, viramos em sentido contrário e lançamos o Noptilus para pesquisa batimétrica. Um pico energético visto aquando da ligação do IMU teve de ser diagnosticado. Consequentemente e por razões de segurança o IMU teve de ser desligado e o AUV foi lançado e mantido à superfície seguindo o navio, sendo controlado pelo Neptus. Por questões de segurança adicionais, um bote foi enviado com elemento do LSTS para manter o veículo ao alcance. Com o aconselhamento do Tenente Luís Quaresma, um oceanógrafo físico com experiência nas características da área de Setúbal, lançamos a Wavy oportunamente. O canal na zona final de um estuário tem influência de correntes fortes; com a subida da maré a puxar o drifter para Setúbal, o navio, o AUV e o drifter estavam a deslocar-se e sentidos opostos.
Durante a recolha do AUV Noptilus, uma rápida olhadela à consola do Neptus mostrou que a Wavy estava a descer o canal e estava a 4km da Bacamarte em direcção a águas agitadas. Dois voluntários (Javier Gilabert e Kanna) foram recrutados para voltar atrás e recuperar o drifter. A viagem de ida e volta a bordo do bote foi emocionante com um condutor bastante competente e demorou cerca de uma hora. As pernas de Javier e Kanna pareciam geleia quando voltaram a salvo para a Bacamarte.